Saiba quais as vantagens de organizar um plano de ação e as dicas para fazê-lo com sucesso
“Não há vento favorável para aquele que não sabe aonde vai”. A frase do filósofo romano Sêneca traduz a importância do planejamento nos projetos de desenvolvimento territorial.
É por meio da estruturação das idéias que será possível estabelecer metas claras para a execução das propostas feitas pelo comitê.
Por meio do Planejamento, será possível prever os recursos necessários para alcançar os objetivos traçados e se preparar para problemas que possam aparecer.
Em geral, cada secretaria ou área da prefeitura realiza seu planejamento separadamente, provocando a fragmentação das ações da administração municipal e a dispersão de recursos humanos e financeiros. Além de pouco eficiente, isso dificulta uma ação integrada entre os diversos programas e projetos.
Além disso, é importante lembrar que o planejamento é mais que uma obrigatoriedade legal prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal ou no Estatuto das Cidades. Independentemente da forma ou abrangência dos planos, alguns mitos e equívocos estão sempre presentes e devem ser esquecidos. Veja alguns deles:
- Planejamento não é perda de tempo. Sem planejamento não existem objetivos e metas. E, sem saber para onde vai, a gestão não chega a lugar nenhum.
- Planejamento não é coisa complicada, que só consultores sabem fazer. Reunir as equipes e definir um roteiro para o planejamento é um exercício simples e não custa nada. Com certeza, as boas ideias vão surgir e os acordos de metas serão claros e compartilhados. Este é um passo na direção do resultado.
- Planejar não é caro. Ao contrário, se o planejamento for bem feito e bem executado, poderá eliminar desperdícios, evitar perdas e, principalmente, economizar muitos recursos para a administração pública.
Em resumo, não existe desculpa para não planejar o futuro da sua cidade.
Passo-a-passo para o planejamento do desenvolvimento sustentável
Seguir um passo-a-passo simples diminui as chances de erros durante o planejamento. Confira as principais etapas:
1º Passo. o prefeito é o líder e deve atuar como tal no planejamento. Precisa estar a frente do processo e dar o exemplo. Suas ideias e compromissos garantem o rumo certo para as ações futuras. Assumir a liderança e dedicar-se a exercê-la é o primeiro e o mais importante passo.
2º Passo. definir uma área responsável pela coordenação do planejamento voltado para o desenvolvimento. Pode ser uma secretaria ou um departamento. Depende da realidade de cada município. A equipe que fará parte dessa nova área deverá ter o perfil adequado ao desafio. São necessárias competências técnicas e muita habilidade de negociação e articulação com distintos segmentos da sociedade e lideranças locais.
3º Passo. organizar as informações de maneira mais compreensível para todos os envolvidos. Muitos dados já estão disponíveis no município, mas não são adequadamente aproveitados.
4º Passo. fazer uma análise crítica de todo o material. Um olhar estratégico sobre os dados poderá revelar características, tendências, oportunidades e obstáculos para o desenvolvimento do município. É necessário considerar a vocação e a realidade local: o perfil dos negócios existentes, as oportunidades para novos negócios, as condições logísticas da região, as fontes de investimento, os empreendimentos viáveis, os níveis de educação e o poder de compra do município. Outra questão essencial é avaliar a governança local, a capacidade de criar acordos estáveis e de estabelecer parceiros que apoiem as ações. Em resumo, analisar as condições presentes de olho no futuro.
5º Passo. obter recursos para executar o planejamento. A escassez de recursos financeiros não deve ser obstáculo. É possível fazer planos compatíveis com os recursos disponíveis, adequar cronogramas e captar recursos de parceiros.
6º Passo. pensar no que precisa ser feito para assegurar o desenvolvimento sustentável do município. O que é fundamental para alcançar o futuro desejado? Alguns exemplos: modernização administrativa, estabelecimento de um pacto local pelo desenvolvimento, plano tecnicamente consistente com indicadores para avaliação, produção ou atualização de um sistema de informações geográficas, elaboração ou atualização do Plano Diretor do Município, entre outros.
7º Passo. criar espaços para a participação social. É inviável ouvir cada cidadão, mas é possível garantir a participação e o envolvimento das lideranças que representam a sociedade local. A participação efetiva de muitas pessoas no planejamento exige a adoção de metodologias adequadas. Técnicas de trabalho em grupo podem ser utilizadas para que o resultado final realmente reflita os anseios de todos. Muitas instituições e organizações da sociedade civil aplicam essas técnicas e podem ser parceiras da prefeitura nesse processo. Quanto mais participativo e qualificado for o planejamento, melhor deverá ser o resultado. Não partidarizar a escolha dos atores envolvidos no debate é uma decisão que garante a continuidade do plano no futuro. Estimular a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente é uma das ações que vai contribuir para a formulação de um planejamento sustentável.
8º Passo. adequar o marco regulatório da cidade ao planejamento. Essa etapa dependerá da necessidade ou não de reformar os códigos tributário, de obras e edificações e de postura, além de atualizar o cadastro imobiliário, elaborar os planos setoriais e o orçamento participativo. Todas são medidas fundamentais para garantir um melhor ambiente para os negócios.
9º Passo. o último passo é decisivo: executar. Colocar em prática o planejamento requer acompanhamento constante. Sair do papel significa ganhar dinamismo e, por esse motivo, adotar metas e indicadores de desempenho que avaliem sua eficácia. O que não funciona deve ser ajustado.
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