Após a definição do ramo de atividade, coloca-se a idéia no papel para avaliar se o negócio escolhido é rentável ou se dará prejuízo. Para isso, pode ser utilizado um instrumento de avaliação chamado Plano de Negócios, que nada mais é do que um planejamento detalhado dos principais aspectos de uma empresa. Nele são analisados:
- os aspectos técnicos do empreendimento - por exemplo, a escolha das máquinas e dos equipamentos a serem utilizados;
- os aspectos econômicos - a localização da empresa, do mercado e dos competidores, os produtos a serem comercializados, a logística de transporte;
- os aspectos financeiros - a previsão de faturamento (receita), o cálculo dos custos fixos e variáveis e a previsão de resultados (lucros ou prejuízos).
O Plano de Negócios auxilia na tomada de decisões importantes, que mostrarão se o projeto deve ou não ser levado adiante. A razão é que, com planejamento, as chances de sucesso de um negócio aumentam substancialmente.
Atualmente, o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras nos primeiros cinco anos de existência supera os 70%. E os altos índices de insucesso, cujas causas são conhecidas, não acontecem apenas no Brasil. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, esse fenômeno também ocorre. Em alguns setores, metade das empresas fecha as portas nos primeiros anos de existência.
Diversas instituições brasileiras, como as federações e associações empresariais, as universidades e o Sebrae, entre outras, têm se empenhado para promover o desenvolvimento empresarial no país. De acordo com a pesquisa "Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas", realizada pelo Sebrae em todos os estados brasileiros entre agosto de 1998 e junho de 1999, foram identificadas três causas decisivas para o fechamento precoce das micro e pequenas empresas:
- O porte do empreendimento - No universo de micro e pequenas empresas, o porte determina as chances de sucesso do negócio. De acordo com a pesquisa, o percentual de pequenas empresas em atividade era superior ao das extintas. No caso das microempresas, ocorreu exatamente o contrário: o percentual de empresas extintas superou o de empresas em atividade, sobretudo nos três primeiros anos de atividade.
- Experiência do empreendedor – Dados obtidos em 11 estados demonstraram que, quanto maior o conhecimento do empreendedor e as experiências por ele vividas na área em que pretende atuar, maiores as chances de sucesso.
- Dedicação exclusiva ao negócio - A pesquisa mostrou ainda que o empresário que se dedica exclusivamente ao negócio, principalmente no primeiro ano de atividade, tem maiores chances de sucesso do que aquele que possui outra ocupação. Conciliar emprego com uma atividade empresarial não é uma tarefa simples e aumenta a probabilidade de insucessos.
A pesquisa também evidenciou outras dificuldades enfrentadas na gestão de micro e pequenas empresas, já conhecidas pelo Sebrae e pela maioria dos empreendedores, tais como:
- Falta de capital de giro;
- Carga tributária elevada;
- Crise econômica e aspectos conjunturais.
Outros dados obtidos pelo Sebrae demonstram que muitos empresários desprezam lições simples, como, por exemplo, buscar informações sobre o seu mercado potencial, sobre a atuação da concorrência e sobre seus fornecedores.
Na hora de montar um negócio, é preciso deixar a emoção de lado e analisar racionalmente todos os prós e os contras. Uma pesquisa realizada pelo BNDES em dezembro de 2001 revelou que em muitas empresas que estavam no mercado há mais de cinco anos, os empresários passaram cerca de nove meses buscando informações sobre o futuro negócio. O resultado demonstra como a precipitação pode ser prejudicial na implantação de um empreendimento.
Para evitar os erros fatais dos iniciantes, é bom tomar as seguintes providências:
- Planejar antes de montar a empresa. Analisar os clientes potenciais, os fornecedores e os concorrentes. Com isso, surpresas desagradáveis são evitadas.
- Procurar um diferencial. Comparar o produto ou serviço com o dos concorrentes. Sem uma vantagem competitiva, as chances diminuem.
- Estudar a legislação do segmento. Conhecer bem as normas de segurança, sanitárias e tributárias que devem ser respeitadas. Muitas empresas fecham por falta de atenção a esse aspecto.
- Cuidar das finanças. O equilíbrio entre receita e despesa deve ser constante. Sempre que possível, é bom comprar a prazo e vender à vista. Na ânsia de ganhar clientes, muitos fazem exatamente o contrário.
- Garantir reservas financeiras para os primeiros anos e evitar as dívidas. O BNDES diz que o terceiro ano é um dos mais difíceis, pois o empresário já esgotou todas as reservas de que dispunha.
- Separar a empresa do empresário. A confusão é comum nas pequenas empresas. Caso seja necessária uma retirada desde o início, deve ser estabelecido um percentual fixo sobre o faturamento. Se possível, deve ser aberta uma conta corrente exclusivamente para a empresa.
Simulador de Plano de Negócio
Quem pretende montar um negócio, mas não sabe qual caminho seguir, pode entrar no simulador e ver como planejar o empreendimento.
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